Eudes Souza Leão Pinto
[Deu-me a Academia Pernambucana de Ciência Agronômica (APCA) a honrosa incumbência de escrever este texto para reverenciar a memória do seu idealizador, criador e presidente vitalício, Prof. Eudes de Souza Leão Pinto, que faleceu nas primeiras horas da manhã do sábado, 15 de setembro de 2018, na Cidade do Recife, onde nasceu e residiu. A partir daquele momento, a árvore da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica (APCA) e da Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) sentiu que a folha principal do seu frondoso caule se desprendeu, e se foi, levada pelo vento para o azul sem fim do firmamento]… [Era assim o Prof. Eudes, apaixonado pela Ciência Agronômica. Pensar em Pernambuco é lembrar da sua figura, da sua personalidade, da sua honradez, do seu trabalho, da sua elegância e do seu carisma. Enfim, pensar na Ciência Agronômica é ter como referência o Prof. Eudes de Souza Leão Pinto]. Texto completo
Conceição Martins
Trechos de discursos
Vivemos a época das soluções dos grandes problemas. Em auxilio das iniciativas particulares corre em governo que asculta suas necessidades e dá-lhes meios de ação. Em Pernambuco há o estimulo de quem dirige, na percepção completa da pecuaria, fazendo-a objeto de seus estudos; quem reclama o emprego de capa-capitaes em seu proveito, prevendo com seu incremento, o aumento das fontes de riquezas nordestinas.
Quando passado o bulício de vosso dia de formatura, quando cessar a música que festejará tão grandioso acontecimento, quando se apagarem as luzes que iluminarão a noite consagrada aos agrônomos de 1949, ficareis quedos e mudos, tentando prolongar no palco fértil da imaginação as horas e os minutos que vos deleitaram.
A nós, agrônomos, caberá uma participação mais Nesta instituição de ensino, da Universidade Rural de Pernambuco, aprendestes, não apenas as matérias contidas no currículo do curso de Agronomia, mas ainda, a compreender a extensão e o peso das tarefas que vos serão atribuídas.
Sobretudo, ao atentarmos para o seu lema: “ORA ET LABORA PRO AGRONOMICA SCIENTIA”. Lema que tem as suas raízes no Mosteiro de São Bento de Olinda, alimentadas na fertilidade dos benefícios econômico-sociais de sua existência presente em todos os continentes de nosso planeta sempre servindo à humanidade.
Nesta noite de evocações e de emoções, concentro todo o meu pensamento nos fatos passados na inesquecível Escola Superior de Agricultura de Pernambuco, antes denominada Escola Superior de Agricultura São Bento, fundada em 1912 pelos Beneditinos vindos do Mosteiro de Hales, na Alemanha, e, em 1916 instalada no Engenho São Bento, no Distrito de Tapera, Município de Vitória de Santo Antão.
Façamos agora e sempre o compromisso maior de dignificarmos cada vez mais a nobre e benfazeja classe agronômica, mantendo os seus maiores valores humanos em permanente destaque e assegurando as prerrogativas de prover o sustento dos reinos vegetal e animal.
O Brasil como maior produtor mundial de café e açúcar, segundo em produção de soja, cacau, madeira e carnes, situando-se entre os cinco primeiros exportadores de uma serie de bens oriundos da terra, necessita de um trabalho técnico-científico de natureza agronômica de primeira grandeza.
Sabemos que é missão das Academias concentrarem os poderes científicos e tecnológicos das profissões que representam, assumindo as culminâncias de suas respectivas culturas, nas interações que assumem, para o bem de suas comunidades, com reflexos positivos nas sociedades em que se inserem.
Seduzido pelo avantajamento de suas dimensões e pela perfeição de suas construções e equipamentos complementares, caminhei para o seu parque e qual não foi minha emoção quando ao entrar na primeira green house encontrei à minha espera um representante do mundo vegetal do meu Brasil: a nossa Hevea brasiliensis, a nossa seringueira.
Em Pernambuco, onde o atrazo de nosso meio rural é ainda acentuado; onde falta o estímulo para as iniciativas ligadas às explorações agro-industriais aprimoradas, pela ausência de boas estradas, de contrôle de produção e de garantia de mercado para os produtos decorrentes, com a devida estabilidade de preços.
Honra insigne concede a Federação das Associações dos Engenheiros Agrônomos do Brasil ao eminente Mestre João de Vasconcelos Sobrinho, desta Universidade Federal Rural de Pernambuco, ao conferir-lhe a Comenda “Mérito Agronômico do Brasil – 1984.
A Academia é uma instituição do mais alto nível de cultura geral, científica e tecnológica. Em sua origem a Academia constitui-se um centro de preocupações com as questões transcendentais à rotina da vida cotidiana, objetivando a criatividade nas funções de relações seres humanos/natureza.
É com a natural emoção de quem possui o justo orgulho de ser Engenheiro Agrônomo, pernambucano autêntico e brasileiro convicto da grandiosidade nacional, que assumimos a responsabilidade de falar como modesto Presidente da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica neste característico evento histórico.
Os Engenheiros Agrônomos são os profissionais mais valorizados em todos os países desenvolvidos do mundo. Nos Estados Unidos da América do Norte, na Inglaterra, no Japão, na África do Sul, na Austrália e na Nova Zelândia, gozam do privilégio de terem as mais altas remunerações nos serviços públicos e nas empresas privadas.
Quando Paul Percy Harris… concebeu a felicíssima idéia de criar um núcleo de homens voltados para os quadros de solidão humana … propondo a fundação de uma entidade associativa, que veio a chamar-se poucos anos depois de Rotary International, estava desempenhando o papel de profeta do Século XX.
Felizes os seres humanos que podem compartilhar alegrias e ideais. Alegrias dos encontros e reencontros entre amigos e os ideais de conquistas dos mais nobres e dignificantes objetivos. Hoje a Academia Pernambucana de Ciência Agronômica comemora os seus vinte e cinco anos de fundação, reunindo as figuras mais representativas e queridas da sociedade pernambucana.
Fotos comemoratívas